O medo e a ansiedade fazem parte da vida e são muito importantes para a nossa sobrevivência. Quando constatamos um perigo, o medo e a ansiedade fazem nossos corpos apresentarem um mecanismo para nos ajudar a lidar com a situação perigosa. Esse mecanismo, chamado de resposta de luta ou fuga, funciona como um alarme e significa que, quando os nossos cérebros identificam o perigo, nossos corpos se preparam para combater ou escapar rapidamente do que é perigoso. Os músculos tensionam, a frequência cardíaca e a pressão sanguínea aumentam e a adrenalina é liberada para a corrente sanguínea. Assim, o medo e a ansiedade são importantes para agirmos rapidamente e podermos nos proteger (enfrentando o perigo ou fugindo dele).
A DIFERENÇA ENTRE MEDO E ANSIEDADE
O medo é uma resposta básica automática a um objeto, situação ou circunstância específica que envolve o reconhecimento de um perigo real ou potencial.
Já a ansiedade é um estado emocional mais duradouro que ocorre quando situações futuras são percebidas ou interpretadas como ameaças altamente aversivas, incertas e incontroláveis a nossos interesses.
Na ansiedade, quatro componentes do funcionamento humano estão envolvidos na resposta do organismo frente a uma ameaça ou perigo: o fisiológico (reações corporais), o cognitivo (pensamentos), o comportamental (o que se faz ou evita na situação) e o emocional. Assim, quando estamos diante de uma situação que interpretamos como desfavorável, ameaçadora, incerta ou incontrolável, podemos apresentar os seguintes sintomas:
- Fisiológicos: frequência cardíaca aumentada, palpitações, falta de ar, respiração rápida, dor ou pressão no peito, sensação de asfixia, vertigem, tontura, sudorese, calores, calafrios, náusea, estômago embrulhado, diarreia, tremores, estremecimento, formigamento ou dormência nos braços ou pernas, fraqueza, desequilíbrio, sensação de desmaio, tensão muscular, rigidez, boca seca.
- Cognitivos: medo de perder o controle, de ser incapaz de enfrentar, medo de dano físico ou de morte, medo de “enlouquecer”, medo de avaliação negativa dos outros, pensamentos, imagens ou lembranças assustadoras, percepções de irrealidade, baixa concentração, confusão, distratibilidade, estreitamento da atenção, hipervigilância para perigo, memória fraca, dificuldade de raciocínio, perda de objetividade.
- Comportamentais: agitação, andar nervosamente de um lado para o outro, hiperventilação, paralisia, imobilidade, dificuldade para falar, evitação de sinais ou situações de ameaça, fuga, busca de segurança, reasseguramento.
- Emocionais: sentir-se nervoso, tenso, irritado, assustado, temeroso, aterrorizado, apreensivo, impaciente, frustrado.
Muitas situações de nossas vidas podem provocar ansiedade, como a possibilidade de perdemos o emprego ou de irmos mal numa prova importante. Essas situações, apesar de não nos colocarem em risco imediato, são aversivas e podem fazer com que nosso corpo ative a resposta de luta ou fuga. Sentir ansiedade em algumas situações é natural e faz parte da condição de todo ser humano, porém, quando ela é excessiva, persiste em períodos longos e interfere na qualidade de vida, caracteriza-se como um transtorno.
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Existem vários tipos de transtornos de ansiedade que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações no comportamento, mas que diferem entre si nas situações que induzem o medo ou a ansiedade. Assim, temos os seguintes transtornos de ansiedade:
- Transtorno de Ansiedade Generalizada
- Fobia específica
- Transtorno de Ansiedade Social (antigamente chamado de Fobia Social)
- Transtorno de Pânico
- Agorafobia
- Transtorno de Ansiedade de Separação
- Mutismo seletivo
- Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/Medicamento
TRATAMENTO
A Terapia Cognitivo-Comportamental é bastante eficaz no tratamento dos transtornos de ansiedade, ajudando o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais e desenvolver estratégias de enfrentamento. Medicamentos também podem ser necessários para aliviar os sintomas, no entanto, a prescrição deve ser feita por um médico, preferencialmente um psiquiatra.
Se você estiver se sentindo muito ansiosa e percebendo que essa ansiedade está lhe atrapalhando ou incomodando, saiba que estou aqui para lhe ajudar. Fique bem!